Descrição da Obra:
Em seu artigo,
Cysneiros fala sobre o uso das tecnologias na educação. Quanto ao seu grau de
aproveitamento pode ser considerado um uso adequado que proporciona qualidade
ao ensino ou ainda pode ser um uso desqualificado, denominado assim de uma
inovação conservadora, por manter os aspectos conservadores da escola, tais
como o método de ensino, estudo e afins.
Após introduzir a obra,
desenvolve o tema em quatro subtemas, tais como, a história da tecnologia
educacional; inovação conservadora; internet, informação e educação; e finaliza
com o subtema, uma concepção fenomenológica da tecnologia educacional.
Citações da Obra:
“(...) Aprendi a ter um profundo
respeito pela grande maioria de professores e professoras que desenvolveram
formas criativas de ensinar e de educar, construídas dentro das limitações e
das condições existentes. A partir dessa atitude de respeito, de aprendizagem
mútua, tem sido possível experimentar novas abordagens com alguns sucessos em
meio a alguns fracassos.”
“Ao tratarmos de novas abordagens de
comunicação na escola, mediadas pelas tecnologias da informação, estamos
tratando de Tecnologia Educacional.”
“O uso de artefatos tecnológico na
escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de
quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens
educacionais do seu uso /.../ terminando pela adoção limitada por professores,
sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos” (Larry Cuban apud Cysneiros, Paulo Gileno. Novas
tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora?).
“... as possibilidades de usar essa
coisa (os computadores) pobremente são tão maiores que as chances de usá-los
bem, que deixam as pessoas como nós – fundamentalmente otimistas acerca do uso
de computadores – muito reticentes.” (Sherry Turkle apud Cysneiros, Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala de aula:
melhoria do ensino ou inovação conservadora?).
“No início dos anos 80 iniciaram-se as
primeiras políticas públicas em informática na educação, no contexto mais amplo
da reserva de mercado para informática.”
“O fato de se treinar professores em
curso intensivos e de se colocar equipamentos nas escolas não significa que as
novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade do ensino.”
“(...) São aplicações da tecnologia que
não exploram os recursos únicos da ferramenta e não mexem qualitativamente com
a rotina da escola, do professor ou do aluno, aparentando mudanças
substantivas, quando na realidade apenas mudam-se aparências.”
“(...) tecnologias amplificam a
capacidade expositiva do professor, reduzindo a posição relativa do aluno ou
aluna na situação de aprendizagem.”
“(...) Não quero com isso afirmar que
tais tecnologias de exposição não são úteis. São sim, nas mãos de mestres
criativos, dentro de contextos apropriados.”
“Vários autores reconhecem que os usos
educativos das tecnologias da informação na última década – instrução assistida
por computador (CAI), informações em rede, aprendizado à distância – foram
embasados em métodos pedagógicos tradicionais: fluxo unidirecional de
informações, tipicamente um professor falando ou comentando imagens para alunas
e alunos passivos.”
“Alguns professores experientes percebem
que quase nada mudou na sala de aula, porém outros, talvez iludidos por um
suposto efeito do computador, vêm vantagens nas novas formas de apresentar o
conteúdo /.../ Os alunos também cansam após o efeito da novidade.”
“A presença da tecnologia na escola,
mesmo com bons softwares, não
estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a
adotarem novos modos de aprender. Como ocorre com outras áreas da atividade
humana, professores e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais
artefatos.”
“Outro aspecto que pode confundir o
educador é o discurso da necessidade de informação, que nos causa de inicio
certa angustia ao concluirmos que a escola não tem acesso imediato à enorme
quantidade de informação que é produzida diariamente no mundo.”
“(...) Devido ao sentimento de
inadequação, não ocorre ao professor que o mais importante é o ato de pensar
com determinadas informações, não o acesso indiscriminado a qualquer
informação.”
“Embora a internet seja um recurso com
muito potencial para determinadas atividades educativas, ela também pode ser
mais um fator de colonialismo cultural (...).”
“(...) É muito importante que coloquemos
tais máquinas nas mãos de nossas crianças e adolescentes, porém sempre
predominando o ato de educar, de examinar criticamente – numa atitude freiriana
-, aquilo que está lá.”
“Desde minhas primeiras incursões pela
literatura sobre as tecnologias da informação e da comunicação, aplicadas ou
não à educação, tenho tido a impressão de caminha sobre um grande mosaico de
pedras desconexas, de formas e tamanhos diversos /.../ Esta analogia traduz uma
sensação que talvez seja uma das características permanentes da
multidisciplinaridade de uma área como a Informática Na Educação /.../ torna-se
mais saliente quando se trabalhamos com a formação de professores em
Informática Na Educação.”
“A Fenomenologia tenta abordar os
objetos do conhecimento tais como aparecem.”
“Nossa experiência da realidade é
transformada quando usamos instrumentos {Ser Humano > (máquina) > Mundo}.
Através do instrumento há uma seleção de determinados aspectos da realidade,
com ampliações e reduções.”
“(...) O uso pedagógico das novas
tecnologias é algo relativamente incipiente.”
Resumo
do Texto
O
autor inicia o artigo com a caracterização da precariedade das escolas públicas
brasileiras, que impossibilita o uso das tecnologias de informática e
comunicação na educação. Trás um breve histórico do uso das tecnologias na
educação, e ainda apresenta a conclusão dos benefícios e das perdas com a
implantação de programas, por parte do governo, para a implementação de
tecnologias na escola, incluindo os programas de formação profissional para
atuação na área.
Muitos professores não
sabem inovar; mesmo com novas tecnologias que permitem novas formas de ensinar,
os professores as usam para facilitar apenas o velho método de ensinar. Usam
programas avançados, que se usados de uma outra maneira possibilitaria uma
maior participação dos alunos nas relações de ensino, do contrário são usados
na forma conservadora da escola. Muitos professores ficam encantados com as
novas tecnologias, mas não sabem como usá-las, o que resulta na inovação
conservadora, o que pode causar problemas nos alunos como a cópia de trabalhos
prontos da internet, o plágio, e se o professor não tiver o mínimo de
conhecimento das Tecnologias de Informática na Educação, ficarão admirados com
a qualidade e tamanho de um trabalho do aluno, quando na verdade o mesmo não
passa de uma cópia. As novas tecnologias podem auxiliar a educação de várias
maneiras. Mas para tal, o professor precisa ter conhecimento das mesmas. Além
do mais, o professor precisa ser criativo.
A necessidade de se
manter atualizado, informado com as notícias que estão na rede, muitas vezes
tem confundido educadores de todos os âmbitos para a principal questão: uma
troca de vivências (uma conversa informal) pode valer muito mais do que uma
informação encontrada na rede, quando não se sabe qual objetivo se trabalha.
Isso é o professor deve ir atrás da informação certa e também deve saber como
transmiti-la a seus alunos de uma forma inovadora, criativa, diferente do atual
conservadorismo da escola, proporcionando dessa forma o gosto pelos estudos nos
alunos.
As novidades
tecnológicas exigem uma formação adequada de professores para que saibam lidar
com tantas novas formas de se ensinar e aprender. É preciso que o professor
deixe passar o impacto que tais tecnologias provocam nas pessoas, e estejam
preparados para enfrentar os aspectos positivos e negativos do surgimento de tais
ferramentas. Devem ter em mente que o uso das tecnologias em favor ou não da
educação modificam nossa forma de ver e agir sobre o mundo. Cabe ao professor
saber lidar com essas transformações e tirar dessa realidade o melhor que puder
para qualificar as relações de ensino-aprendizagem dentro da escola.
Crítica
Dizer que as
tecnologias trazem ao mesmo tempo vantagens e desvantagens é muito fácil.
Entretanto, quando se trata das tecnologias aplicadas à educação, a questão
torna-se mais complexa. Cabe aqui, além de listar as vantagens e desvantagens
do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na educação, além de analisar
também, os aspectos que envolvem desde a estrutura física da escola, que será
implantada as TICs, até mesmo a estrutura do quadro docente da escola.
Por outro lado, não
basta dizer que as tecnologias proporcionam a qualidade do ensino, ou que uma
escola não tem estrutura para esse investimento, é preciso que se investigue além
das possibilidades visíveis. É necessário que haja um planejamento para o
sucesso desse trabalho. Do contrário, haverá apenas desperdício de recursos e a
escola continuará com seu formato e conservador, mesmo tendo tecnologias que
permitam sua inovação, tratando-se, como o autor afirma, de uma inovação
conservadora.
Outro ponto que se faz
necessário ressaltar, além da qualificação e da inovação da escola, trata-se da
qualificação dos professores que utilizarão as TICs. Tal qualificação pode ser
feita por meio de cursos adequados para professores, para que saibam utilizar
as inovações em benefício da educação. Por outro lado, é importante que o
professor tenha em mente que não basta ter formação e os recursos necessários;
é de crucial importância que o professor seja criativo e que saiba envolver os
alunos em suas aulas.
O autor deixa bem claro
em seu artigo, uma série de pontos positivos e negativos sobre as tecnologias
voltadas para a educação. Contudo se faz necessário ressaltar que para sanar as
problemáticas do uso das TICs na educação deve-se pensar em projetos
governamentais que envolvam tanto a melhoria da estrutura física da escola,
quanto a devida formação e motivação dos docentes, lembrando que se deve pensar
em projetos que atendam as necessidades de cada localidade em sua
particularidade, pois nenhuma cidade, bairro ou município é igual à outro.
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